terça-feira, 17 de agosto de 2010

A Saudade e o Tempo

Meu tédio é tua ausência

E eu me esqueço da decência

Na hora de te contar

Da saudade que se forma

Do desejo que me toma

De ouvir você falar

Ritmado como um canto

E eu, que gosto tanto

Do som doce da sua voz

E da sua risada alta

Penso, sinto a sua falta!

E o tempo contra nós

Tempo que passa arrastado

Quando não estou do teu lado

Tempo que corre ligeiro

Sempre que estou contigo

Meu amante ou meu amigo

É tão gostoso o teu cheiro!

E sempre que eu te vejo

É imensurável o desejo

De que o tempo então congele.

E o medo da saudade

Que gera tanta ansiedade

Por sentir de novo a tua pele.

E cada nova despedida

Faz-se um pouco mais doída

Por eu ter que me apartar

De quem habita meu pensamento

E faz o tempo correr mais lento

Por eu ter que esperar

E a saudade faz com que eu peça:

- Tempo, corre depressa!

Para que o dia chegue logo

Chegue logo esse dia

Que não agüento a agonia

A quem ouvir eu rogo

Que não demore muito mais

Porque isso não se faz,

É muito tempo sem te ver!

aceitação

E eu não quero simplesmente
Caber numa veste
Eu não quero ser encaixada
Não desenhe pra mim
Um vestido de festa reluzente
Quero me apresentar nua

Olhe pra mim
E pro que eu sou
Não procure em mim
Faces já pintadas
Não queira encaixar em mim
Figuras entalhadas
Não tente me aprisionar
Em molduras já pregadas

Não quero simplesmente
Passar no teste
Não quero ser examinada
Não prepare pra mim
Um modelo permanente
Troco as fases como a lua

Olhe pra mim
E pro que eu te ofereço
Não exija de mim
Mais do que o meu apreço
Eu sou assim
Exatamente como pareço
Não queira me ajustar
Não me vire do avesso

E eu não quero simplesmente
Sanar a sua peste
Não quero ser só usada
Não espere de mim
Um auxilio competente
Minha habilidade é ainda crua.

Então

Olhe pra mim
Só pelo que eu sou
Não pelo que posso ser
Queira de mim
O que eu já te dou
Não tente me prever
Não venha me padronizar...

...E goste de mim
Mas só se quiser gostar.