domingo, 21 de novembro de 2010

Esquecer-te, deixar-te, perseguir-te



Mato a fome que me consome

Mato o tempo que me foi dado

Mato a sede que agonia

Mato a curiosidade que angustia

Somente A saudade de ti

Que não me é permitida matar

O desejo de ver-te

Não me é permitido realizar

Contenho as lagrimas

Pra enganar-me

Forte quero parecer,

Não pro mundo

Nem pra você,

Mas eu mesma quero acreditar

Que forte sou,

E não me permito chorar

Ao menos não por ti,

Que a mim renunciaste

Mas acho pequenas outras coisas

As quais dedico meu pranto,

Isso quando ele vem.

Contenho As lagrimas

Pra forçar-me

A não sentir e não cair

A não pensar e não falhar

Nessa tentativa vã

De tirar-te de meu pensamento

O ócio, companheiro inútil

Na arte de esquecer-te

Perseguir-te torna-se um habito

Nas minhas tardes desocupadas

Olhar-te estático no retrato

Sem teu cheiro sentir

Ler suas palavras num relato

Sem tua voz ouvir

É maneira de me sentir perto

Mesmo que me lembre da distancia

Nessa paradoxal tortura

A qual me disponho

Apenas pra prender-te

Um pouquinho mais dentro de mim

Não deixas minha mente

Não deixas vago o meu coração

Embora tenhas há muito deixado.

No fundo eu sei que é egoísmo

Querer lembrar-te de mim

Só porque de ti não esqueço.

Espero que releve

Minha insistência e perseguição

A culpa é toda da paixão

Que me despertastes e agora

Obrigas-me a deixar ir embora.